Artigo » Marina Collato Moncay

avatar

Ver Perfil

Marina Collato Moncay

Advogado    OAB/RS

especializada em direito penal e processo penal pela uniritter, formada em direito pela renomada pontifícia universidade católica do rio grande do sul (puc/rs). com seu profundo ...

  • Porto Alegre/RS
  • Enviar Mensagem

Crime de homicídio por embriaguez ao volante

Introdução

Com frequência, acidentes fatais ocorrem devido à negligência de condutores que decidem dirigir após consumir álcool. Neste artigo, vamos explorar o que caracteriza esse crime, as diferenças entre homicídio culposo e dolo eventual, as penalidades aplicadas, o rito de julgamento pelo júri popular e exemplos práticos para ilustrar as situações enfrentadas.

O que é homicídio por embriaguez ao volante?

O homicídio por embriaguez ao volante ocorre quando um motorista, sob a influência de álcool, causa um acidente de trânsito que resulta na morte de outra pessoa. Este crime pode ser classificado como homicídio culposo ou doloso, dependendo das circunstâncias e da intenção do motorista.

Diferença entre homicídio culposo e doloso (dolo eventual)

Homicídio culposo

O homicídio culposo ocorre quando o condutor não tem a intenção de matar, mas age com negligência, imprudência ou imperícia. No contexto de embriaguez ao volante, isso acontece quando o motorista, mesmo sem a intenção de provocar um acidente fatal, dirige sob o efeito de álcool, colocando em risco a vida de outras pessoas.

Penalidades

Reclusão: Pena de 2 a 4 anos, prevista no Código de Trânsito Brasileiro.

Suspensão ou proibição de dirigir: O condutor pode ter sua habilitação suspensa ou proibida.

Agravantes no homicídio culposo na embriaguez ao volante

A lei brasileira prevê circunstâncias que podem agravar a responsabilidade do agente, aumentando a pena aplicada, que são chamados de agravantes, que aumentam a culpa do autor do crime. No contexto do homicídio culposo, as agravantes podem incluir:

Excesso de velocidade: Se o condutor estiver dirigindo em velocidade acima dos limites permitidos pela via, isso pode ser considerado um agravante.

Desrespeito às normas de trânsito: Se o condutor estiver cometendo outras infrações de trânsito no momento do acidente, como ultrapassagem indevida, avanço de sinal vermelho, entre outros, isso também pode ser considerado um agravante.
 
Fuga do local do acidente: Se o condutor se envolver em um acidente e fugir do local sem prestar socorro à vítima, isso pode ser considerado um agravante.

Esses são apenas alguns exemplos de circunstâncias que podem agravar a responsabilidade do autor do homicídio culposo. Cada caso é avaliado individualmente, levando em consideração todas as circunstâncias e provas apresentadas durante o processo judicial.

Julgamento

A ação penal sobre a prática do crime de homicídio culposo será processada e julgada por um juiz, pelo rito comum.
 
Dolo eventual

O dolo eventual ocorre quando o condutor, embora não tenha a intenção direta de matar, assume o risco de produzir esse resultado ao dirigir embriagado. Nesse caso, o motorista está consciente dos perigos de dirigir sob influência de álcool, mas decide assumir esses riscos mesmo assim.

Penalidades

Reclusão: A pena pode variar de 6 a 20 anos, conforme o artigo 121 do Código Penal.

Suspensão ou Proibição de Dirigir: Conforme o artigo 92, inciso III, do Código Penal, pode haver a suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir.

Agravantes do dolo eventual na embriaguez ao volante

Alta velocidade: Dirigir em velocidades excessivas, acima do limite permitido, demonstra uma clara aceitação do risco de causar um acidente grave.

Desrespeito a sinais de trânsito: Ignorar semáforos, placas de parada obrigatória ou outras sinalizações de trânsito que regulam a segurança viária.

Áreas de grande circulação de pedestres: Dirigir embriagado em áreas densamente povoadas, como zonas escolares, áreas comerciais ou centros urbanos, onde a probabilidade de acidentes fatais é maior.

Fuga do local do acidente: Deixar o local do acidente sem prestar socorro à vítima, agravando a situação pela falta de assistência imediata que poderia salvar vidas.

Reincidência: Ter antecedentes por infrações semelhantes ou outras condutas perigosas no trânsito, demonstrando um padrão de comportamento irresponsável.

Número de vítimas: O número de vítimas fatais ou gravemente feridas no acidente pode ser considerado um agravante, refletindo a extensão do dano causado.

Esses são apenas alguns exemplos de condições que podem aumentar a responsabilidade do autor do homicídio culposo. Cada caso é analisado individualmente, levando em conta todas as circunstâncias e evidências apresentadas durante o processo judicial.

Julgamento pelo Júri Popular

Quando o homicídio é qualificado como doloso, incluindo dolo eventual, o julgamento é realizado pelo Tribunal do Júri. Nesse tribunal, cidadãos comuns, selecionados como jurados, decidem sobre a culpa ou inocência do réu, sob a presidência de um juiz de direito.

Exemplos Práticos

Caso 1: Homicídio culposo
Carlos, após consumir bebidas alcoólicas em uma festa, decide dirigir para casa. No caminho, ele perde o controle do veículo e atinge outro carro, causando a morte do motorista. Neste caso, Carlos pode ser acusado de homicídio culposo devido à sua imprudência ao dirigir embriagado.

Caso 2: Homicídio doloso por dolo eventual
Ana, sabendo que consumiu uma quantidade significativa de álcool, decide pegar o carro e dirigir para casa. Em alta velocidade, ela atravessa um sinal vermelho e atinge um pedestre que atravessava a rua, resultando na morte da vítima. Ana, ao assumir o risco de dirigir embriagada e em alta velocidade, pode ser acusada de homicídio doloso por dolo eventual.

A reparação às vítimas de homicídio por embriaguez ao volante

Para buscar a reparação dos danos sofridos, as vítimas e seus familiares podem ingressar com uma ação civil contra o motorista responsável pelo acidente.

Indenização por danos morais e materiais

A reparação às vítimas de homicídio por embriaguez ao volante geralmente envolve a concessão de indenizações por danos morais e materiais. Essas indenizações visam compensar as vítimas e seus familiares pelos prejuízos emocionais e financeiros decorrentes da perda de entes queridos. Os danos morais referem-se ao sofrimento, angústia e dor causados pela morte de um familiar, enquanto os danos materiais englobam despesas com tratamentos médicos, funeral e perda de sustento.
 
Pensão alimentícia

Em casos em que a vítima era responsável pelo sustento da família, a concessão de uma pensão alimentícia pode ser uma medida necessária para garantir o amparo financeiro dos dependentes deixados para trás. Essa pensão tem o objetivo de assegurar que os familiares da vítima tenham condições mínimas de subsistência após a perda do provedor principal da família.

Conclusão

Evitar dirigir após consumir álcool é crucial para prevenir tragédias e salvar vidas. No entanto, se você cometer esse delito, é vital buscar a orientação de um advogado especializado em direito criminal. O papel desse profissional na defesa de alguém acusado de homicídio por embriaguez ao volante é essencial para assegurar que os direitos do réu sejam preservados e que a defesa seja conduzida de forma eficaz e justa.
 

Faça sua pergunta para Marina Collato Moncay



0438 Repita:

Advogado ou Escritório de Advocacia

Cadastre-se de forma grautita, crie seu perfil e faça parte dessa grande rede de advogados.

dúvidas? clique aqui

Fale Com um Advogado

Olá, procurando um advogado?
Digite sua mensagem e ela será postado no nosso Fórum.

5236 repita:

Mensagem enviada

No momento sua pergunta está aguardando aprovação e assim que for respondida você receberá um e-mail.