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Marina Collato Moncay

Advogado    OAB/RS

especializada em direito penal e processo penal pela uniritter, formada em direito pela renomada pontifícia universidade católica do rio grande do sul (puc/rs). com seu profundo ...

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Crime de Lavagem de Dinheiro

A lavagem de dinheiro é uma prática criminosa que consiste em dissimular a origem ilícita de valores obtidos por meio de atividades ilegais. A denominação de lavagem de dinheiro surgiu, pois o dinheiro adquirido de forma ilícita é “sujo” e precisa ser lavado para parecer “limpo”.

Elementos do crime:

Origem ilícita dos recursos:


O crime de lavagem de dinheiro pressupõe a existência de um delito anterior, do qual os recursos financeiros ilícitos foram obtidos. Esses delitos antecedentes podem incluir atividades como tráfico de drogas, corrupção, fraudes financeiras, receptação, entre outros. Sem a existência de um crime anterior, não haveria valores ilícitos a serem lavados, e o crime de lavagem de dinheiro não poderia ser configurado.

Ocultação da origem:

Os agentes utilizam uma série de técnicas para ocultar a origem ilícita do dinheiro, tornando difícil rastrear sua origem. Isso pode incluir a utilização de empresas de fachada, “laranjas”, transações financeiras complexas e o uso de paraísos fiscais, dentre outros.

Intenção de dissimular:

O agente que pratica a lavagem de dinheiro deve ter a intenção de dissimular a origem criminosa dos recursos, sabendo que está lidando com dinheiro de origem ilícita.

Existem diversas formas de lavagem de dinheiro, incluindo:

Integração na economia formal: Os criminosos inserem o dinheiro ilegal na economia formal por meio de investimentos em empresas legítimas, compra de bens ou outros ativos.
Transferências internacionais: O dinheiro é transferido para contas bancárias em outros países, muitas vezes utilizando empresas offshore ou contas em nome de terceiros.
Fracionamento de valores: Grandes quantias são divididas em montantes menores e depositadas em diferentes contas bancárias para evitar levantar suspeitas.
Operações financeiras complexas: Uso de transações financeiras complexas, como empréstimos, investimentos em títulos, entre outros, para dificultar o rastreamento do dinheiro.
Uso de "laranjas": Os “laranjas” são pessoas físicas ou jurídicas que emprestam seus nomes e documentos para ocultar a verdadeira identidade dos beneficiários finais de determinadas transações financeiras. Eles são usados como intermediários para esconder a verdadeira origem ou destino dos recursos financeiros envolvidos.

Sobre as penas:

A lavagem de dinheiro é considerada um crime grave e pode ter sérias consequências, incluindo penas de prisão de 3 até 10 anos, multas e a perda dos bens obtidos ilicitamente.

A lei prevê penas maiores para os casos nos quais o crime ocorra de forma frequente ou por intermédio de organização criminosa.

Se o acusado colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração dos crimes, à identificação de outros participantes, ou à localização dos bens ou valores, poderá ser beneficiado com redução de até 2/3 da pena, regime prisional mais brando, não aplicação da pena, ou substituição por penas alternativas.

LAVAGEM DE DINHEIRO E A DEFESA DO ACUSADO

Em um processo criminal por lavagem de dinheiro, cabe à acusação provar a culpabilidade do réu além de qualquer dúvida razoável. No entanto, o réu também pode apresentar evidências e argumentos em sua defesa. Aqui estão algumas possíveis provas que o acusado pelo crime de lavagem de dinheiro pode apresentar para comprovar sua inocência:

Fonte legal dos recursos:

O acusado pode apresentar evidências documentais, como contratos de trabalho, recibos, declarações de imposto de renda, entre outros, que demonstrem uma fonte legítima para os recursos financeiros em questão. Isso pode incluir salários, heranças, investimentos legais, entre outros.

Registro de transações financeiras:

O réu pode apresentar registros detalhados de suas transações financeiras que mostrem a origem e o destino dos fundos em questão. Isso pode incluir extratos bancários, recibos de transferências, contratos de compra e venda de bens, entre outros documentos.

Testemunhos de terceiros:

Testemunhos de pessoas que podem atestar a origem lícita dos recursos financeiros do acusado também podem ser úteis. Isso pode incluir empregadores, contadores, advogados, entre outros que tenham conhecimento da situação financeira do réu.

Perícia financeira:

O réu pode solicitar uma perícia financeira para analisar suas finanças e demonstrar que não há evidências de atividade criminosa ou movimentações suspeitas de dinheiro.

Depoimento do réu:

O próprio réu pode apresentar sua versão dos fatos e explicar a origem legítima dos recursos financeiros em questão.

Falta de provas da acusação:

O réu pode argumentar que a acusação não apresentou evidências suficientes para comprovar sua culpa além de qualquer dúvida razoável, conforme exigido pelo princípio do ônus da prova.

É importante ressaltar que a defesa deve trabalhar em estreita colaboração com advogados especializados em direito penal e em lavagem de dinheiro para elaborar uma estratégia eficaz de defesa e reunir as evidências necessárias para comprovar a inocência do réu.

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